domingo, 23 de setembro de 2007

Crítica: Norbit



       Olá caros leitores do Mofando no PC! Irei estrear minha participação com uma crítica a um excelente filme: Norbit. O filme fala de uma pessoa comum (Eddie Murphy, aquele dos "O Prof. Aloprado" e "Dr. Dolittle"), que se casou com uma mulher ligeiramente "fofa" e violenta, Rasputia (Eddie Murphy de novo, que criatividade!). Ela é irmã de 3 marginais que extorquem a população local em troca de "proteção".
       Infeliz e reprimido, Norbit finalmente encontra a possibilidade de realização pessoal ao reencontrar Kate (Mur... digo, Thandie Newton), um amor de infância que retornou à cidade a fim de assumir a administração do orfanato no qual cresceram. Os irmãos de Rasputia, porém, têm outros planos para a instituição: comprá-la a fim de transformá-la em um inferninho chamado... omg, até dói, escrever isso... Mamilópolis. Ele arrepende-se do que fez e quer unir-se a uma outra (Thandie Newton).
       A melhor parte do filme: créditos finais, após 100 longos e intermináveis minutos. Posso dizer com certeza que esse, de todos os "MARAVILHOSOS" trabalhos de Eddie Murphy, é o pior deles. O filme é uma cópia das piores idéias que ele já fez, principalmente "O Professor Aloprado", porém, se o maior problema desta coisa (digo... “filme”) residisse em sua falta de graça, o longa poderia ser simplesmente ignorado como tantos outros exemplares fracassados do gênero. Em vez disso, Norbit se destaca por ser, além de estúpido, moralmente repreensível – o que o torna absolutamente desprezível.
       Em primeiro lugar, todo o seu “humor” baseia-se na seguinte conclusão: pessoas gordas são ridículas por natureza. Assim, somos bombardeados com inúmeras cenas que se limitam a mostrar Rasputia tomando banho, lavando um carro, fazendo ginástica e por aí afora, como se somente o fato de vermos uma criatura obesa fazendo qualquer coisa fosse algo suficientemente engraçado (se isto fosse verdade, todos os encontros dos Vigilantes do Peso seriam televisionados em horário nobre). Em contrapartida, a magreza doentia de Thandie Newton é reverenciada como um exemplar inconteste de beleza feminina - como se vê-la agitando os braços esqueléticos fosse uma imagem de irresistível sensualidade. Aliás, Norbit é um filme cuja misoginia flagrante deveria ser repudiada em público: quando não são motivo de escárnio, as mulheres são vistas como meros objetos sexuais e até mesmo como criaturas ansiosas para serem exploradas pelos machos dominantes.
       Finalmente, os roteiristas são incapazes de criar qualquer tipo de personagem que não recaia em um estereótipo: chineses, mexicanos, italianos e negros são vistos não como indivíduos, mas como uma coleção de clichês ofensivos e preconceituosos.

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